segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A história de Sócrates


Hoje vamos contar-vos uma história de alguém bem real.
Sócrates foi dos maiores filósofos gregos e viveu no século V a.C. Sócrates é talvez a personagem mais enigmática (misteriosa) de toda a história da filosofia. Não escreveu uma única linha. Apesar disso foi dos que exerceram maior influência no modo como durante muitos séculos se pensou no mundo ocidental.
Mesmo quem nunca tenha estudado filosofia quase que de certeza já ouviu falar em Sócrates. Isto tem provavelmente a ver com a sua morte trágica.
Sabemos que nasceu em Atenas (capital da Grécia) e aí passou a sua vida, sobretudo nas praças e nas ruas, onde conversava com todo o tipo de gente.
Sabe-se que era muito feio. Era pequeno e gordo, e tinha os olhos salientes e um nariz achatado. Mas interiormente, dizia-se que era um homem maravilhoso, nunca se poderia encontrar alguém igual a ele. No entanto foi condenado à morte por causa do que pensava.
O que distinguia na verdade, a actividade de Sócrates era o seu desejo de não ensinar os homens. Assim não ensinava como um vulgar professor da escola: dialogava.
No início do diálogo que mantinha com as outras pessoas limitava-se a colocar questões. Dizia mesmo que nada sabia.
Ficou célebre a frase de Sócrates, que quase toda a gente conhece, "só sei que nada sei".
Mas ao longo do diálogo levava frequentemente os outros a reconhecerem os pontos fracos do seu discurso e a reconhecerem igualmente a sua ignorância.
A mãe de Sócrates era parteira e Sócrates comparava o seu comportamento ao papel de uma parteira. Uma parteira ajuda a nascer as crianças e Sócrates pretendia ajudar a nascer os conhecimentos das pessoas. Segundo Sócrates conhecer é uma atitude natural, basta usar convenientemente o nosso pensamento.
Precisamente por se fingir ignorante, Sócrates obrigava as pessoas a usarem o seu pensamento. E muitas vezes um encontro com Sócrates podia levar o interlocutor a fazer figura de estúpido, ou a ser ridicularizado perante uma grande assistência.
Por isso não é de espantar que ele se tivesse tornado incómodo e muito irritante - principalmente para aqueles que detinham o poder.
Por isso também não é de estranhar que no ano de 399 a.C. tenha sido acusado de corromper a juventude e de inventar novos deuses. Com uma maioria à justa foi declarado culpado por um júri de 500 membros. Sócrates podia ter pedido indulto. Podia mesmo ter fugido de Atenas já que os seus amigos prepararam-lhe uma fuga. Mas a tudo isso ele recusou. Afirmava ele que a própria consciência e a verdade eram maiores e mais importantes que a própria vida. Afirmava que só agiria para o bem de todos. Mas mesmo assim foi condenado à morte. Pouco tempo depois, e em presença dos seus amigos mais próximos, bebeu uma taça de cicuta.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O que são o bem e o mal? - O que significa ser responsável?


EXERCÍCIOS
O que significa ser responsável?
Ser responsável pelos nossos actos e assumir as nossas acções e responder por elas.
Até que ponto somos responsáveis pelas nossas acções?
Somos responsáveis pelas acções das quais fomos os seus autores. Mas isso não chega. Temos de ter agido de forma voluntária, consciente e intencional.
Pressupor que alguém é responsável é pressupor que essa pessoa seja livre.
Ser livre significa ter o poder de escolher entre alternativas possíveis e escolher aquela alternativa que quer realizar sem ser coagido (obrigado).

Responde à seguinte questão:
1- Será que a Olga agiu de uma forma totalmente livre? Porquê?

Se formos comandados por um chefe que nos diz o que é bem e o que é mal, não precisamos de pensar por nós próprios, não precisamos de pensar para vermos o que realmente é bem e o que realmente é mal. Ficar à espera que nos digam o que é bem e o que é mal, é deixar de pensar. O cérebro fica como morto. É como se deixássemos de ser um ser humano, porque um ser humano é um ser que pensa.
Mas se não somos nós que determinamos o que é bem e o que é mal, se deixamos a outros que nos digam isso, também nunca poderemos de certa forma ser responsabilizados pelos nossos actos. Os elementos do grupo do Ronaldo se fossem apanhados sempre poderiam dizer: “Não tivemos culpa, não somos responsáveis, foi o chefe que nos mandou fazer isso”.
Vimos então que se é responsável pelos nossos actos se agimos livremente.
Mas imagina a seguinte situação:

2- O Manuel, ao passar de noite numa rua, viu um ladrão a roubar violentamente a carteira a uma senhora idosa. O Manuel fingiu não ver e pôs-se a caminho, já que isso não lhe dizia respeito. No dia seguinte, o Manuel ouviu na rádio que uma senhora idosa, vítima de assalto tinha sido assassinada, na rua onde Manuel tinha passado na noite anterior. Poderá o Manuel ser de alguma forma responsabilizado? Porquê?

Tínhamos visto anteriormente que há frases que têm valor de verdade. Mas nem todas as frases têm valor de verdade. As frases interrogativas, exclamativas, imperativas e as promessas não têm valor de verdade.
Fecha a porta!
Será que há água em Marte?
Quem me dera passar de ano!
Promete que te devolvo o livro amanhã.
São frases que não têm valor de verdade.

Só as frases declarativas têm valor de verdade. Por exemplo, “O João é alto”.
Mas há frases declarativas que não possuem valor de verdade. O nada só come cornflakes às terças-feiras. É uma frase declarativa mas não possui valor de verdade. Em filosofia chamamos a essas frases absurdas, porque não têm sentido. Devemos evitar frases sem sentido.

3- Das seguintes frases indica as que têm valor de verdade:
a) Oliveira de Frades pertence à região de Lafões. _____________________
b) O que comeste ao pequeno-almoço? ___________________
c) Fecha a boca! ______________
d) As ideias verdes dormem furiosamente juntas. ___________________
e) Se não te calas vais para a rua. _______________
f) Que bonitas que são aquelas nuvens! __________________
g) Se estudares compro-te uma bicicleta. ___________________

sábado, 1 de novembro de 2008

MINI-FILOSOFIA


Mais filosofia no 7º A
Todos os dias vejo na televisão, ouço na rádio e leio nos jornais e nas revistas o seguinte tema “Crise a aumentar de dia para dia”. Isto é um assunto que gera muita preocupação, pois quem mais vai sofrer são os mais novos.
Sei que sou novo para falar de problemas como este, mas nunca é cedo para expressarmos as nossas opiniões e de perguntarmos uma vez mais “Onde é que isto vai parar?”.
Recordar é fácil para quem tem memória, esquecer é difícil para quem tem coração.

Às vezes é preciso parar. Às vezes é a vida que nos pára. Numa composição de um comboio, numa fila de trânsito não planeada, a falta de algo importante. Mas acontece que às vezes não nos damos conta que precisamos de parar. Parar para pensar: pensar na vida, na profissão, nos objectivos, nos sentimentos, etc. Às vezes damos conta do lugar onde nos encontramos e choramos, choramos porque sabemos que estamos errados, porque nos sentimos perdidos, ou quando estamos sozinhos longe de tudo e de todos. De vez em quando ainda temos um amigo, uma namorada, ou mesmo um psicólogo que nos ouve…mas o problema é quando não temos ninguém! Às vezes é preciso acreditar que alguém nos ouve, alguém que tenha capacidade para iluminar o nosso caminho, e nessa altura as ideias aparecem e os sentimentos de solidão desaparecem…
Uma coisa está sempre connosco – o nosso coração – e aí percebemos que estamos muito bem acompanhados, porque esta coisa maravilhosa que temos dentro de nós, ninguém a pode tirar.

A minha felicidade não depende apenas do que eu quero. Por exemplo, nem sempre me apetece estudar, mas eu sei que se estudar posso ir longe.

Nem sempre o que eu quero é bom para mim.

A minha felicidade não depende apenas de mim, também depende dos outros.

O mais forte não tem o direito de dominar o mais fraco, porque o mais forte pode ser forte apenas em algumas coisas e o mais fraco não será fraco para sempre. Quem se ri por último é que se ri melhor. Por isso o melhor é nunca andarmos a dizer que somos mais fortes ou que somos mais velhos.

O amor é complicado.

A felicidade não se compra nem se vende. Ganha-se pelo que nós somos por dentro e por fora.

Um direito é algo que temos e que deve ser respeitado.

No mundo dos animais não racionais eu acho que o mais forte tem o direito de dominar o mais fraco, porque é como uma lei o mais forte dominar o mais fraco para a sua alimentação e sobrevivência.
No mundo dos animais racionais eu acho que o mais forte não tem o direito de dominar o mais fraco porque estes têm os seus direitos e os mais fortes devem ter consciência disso.

A minha felicidade não depende apenas do que eu quero porque a minha felicidade pode ser a infelicidade de outra pessoa e é impossível ser feliz sozinho. Os amigos, familiares e namorados também têm os seus desejos e devem ser respeitados e dessa forma devemos construir uma felicidade conjunta e sincera.